segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ondas de Maré

São como ondas de maré
Que vão deixando pequenos charcos
Resquícios de Vida
Vislumbres longínquos de fé
Pequenos mares, sem barcos,
Eternos pontos de partida.

Amigos que tenhamos connosco,
São como actos de fé,
Hoje estão aqui, amanhã não!
Pedaços de um corpo sem rosto
São como ondas de maré
Dilaceram-me a Razão!

Afogamos na expectativa fútil
O desejo que desta vez seja perfeito...
Mas o mar é revolto por defeito
É profundo, sem proa, sem ré
Barco perdido, matriz sem sé
Náufrago, submerso, vazio, inútil...

Amigos são como ondas de maré
Hoje não vivemos sem eles
Amanhã já ninguém mais recorda.
São a nossa braçada para fora de pé,
Nevasca gelada sem casaco de peles,
Cheios, vazios, a onda transborda...

Sem comentários: