segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A tua Face Ocultas

Sei que tens uma face oculta, tu és como a Lua...
Sei que só mostras o lado que brilha...
Sei que o outro não o mostras, está escondido!
Pacientemente, espero-te ao fundo da rua
Espero que te apeteça percorrer a minha trilha,
Sei esperar todo o tempo devido!

Sei que sou infima, ainda muito pequenina
Como uma flor que começou a crescer no teu rumo
Mulher, e no entanto, ainda uma menina
Nesse caminho que julgavas ser só teu, mas onde eu me assumo...

Se às vezes eu te parecer mais arredia
Numa ausência fingida, dando paz, fazendo briga,
Deixando o Tempo passar, fazer-te rir,
Apenas serei sempre a que tenta e alivia.
És Lua irmã, e escondes mais do que eu diga!
A tua Caixa de Pandora, eu não vou abrir!

Apesar de calar o que vejo na noite escura
Nem só a Lua tem parte do seu rosto escondido,
Também é lá que escondes a tua tortura,
É lá que fechas a sete chaves o que tens sofrido!

CB

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Estou Ausente!

Estou neste estado, estou ausente!
Estou farta de tudo, de toda a gente!
Quero chegar ao fim da linha!
Sim, eu estou habituada, estou sempre sózinha!
Neste correria em que vivo demente,
Vou dar tudo de mim, não morrer indiferente.

Hei-de dar a provar de volta todo o veneno...
Qualquer tempo de espera, ainda será pequeno!
E nesta furia que me agito, já nem grito
Nesta lufada louca, nem sinto a boca
Por muito que o mundo se mostre aflito
O que quer seja, a minha vingança será pouca!

Sem ferir quem ainda me consegue amar
Sei, que é pena, mas que fecho o lótus em flor,
Porque assim sendo, será capaz de me perdoar
Porque compreende certamente a minha dor!

Não estou viva, nem morta, vou estando,
Vou passando os dias devagar, vivendo o presente,
Tentar afastar-me de todos, mas vou passando...
É neste estado que eu estou... estou ausente!

CB (É assim que te sinto, e como não sei pintar...)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Entrelinhas

Cansa-me já, ler as tuas entrelinhas...
Cansa-me saber que existes e não existes...
Canso-me de mim!
Sou a sombra que vês e não vês,
O motivo sem tantos porquês...
Na minha casa, fecho-me, sem janelinhas
Fecho-me para não ver como somos uns tristes
Perderam-se Columbina e Arlequim...
Canso-me nos meus dias de labuta
Canso-me sem motivo de me cansar
Canso-me de viver em constante luta
Luta por falta do teu amar!
E ao fim do dia, já sem vontade
Um abraço que não tenho é o teu,
E afogo esta triste e falsa liberdade
Procurando sózinha os braços do Morfeu...

CB - Espero ter-te apanhado nesta breve foto... eu conheço-te minha amiga!