sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O Jogo das Escondidas

Sabes amiga,
Passo por ti e faço de conta que nem percebo,
Mas estou aqui.... Já to disse tanta vez,
Que qualquer dia deixa de fazer sentido...
Sabes amigas...
Como o Eugénio de Andrade,
Por vezes sinto as palavras tão gastas...
Sinto que os meus olhos deixaram de ser dois peixes verdes...
São apenas os meus olhos...
Sabes amiga...
Apesar de não to dizer, sinto muito quando te afastas.
Sei e sempre soube que precisas de ti,
Que precisas de reorganizar,
De te preparar para a Tua batalha: TU MESMA!
Sei como é porque eu sou assim um pouco.
No entanto, quero que saibas amiga,
Que não costumo usar palavras em vão
Sei o seu peso, a sua medida, o seu valor!
Sabes amiga...
Quando te chamo assim, é porque o acho mesmo.
E por isto mesmo não gosto quando me afastas,
Mas respeito o teu afastamento...
Estamos neste jogo há uma semana, e parecendo ausente...
Eu estou mais atenta do que nunca!
Sabes amiga...
O Jogo das Escondidas, não te vai proteger sempre.
E mesmo correndo o risco de gastar as palavras,
Eu sou tua amiga, não te escondas de mim!

CB - dedicado a uma amiga que vive comigo cada dia da semana.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Máscara Veneziana

Corpo esbelto revestido de cetim
Anjo lindo, doce querubim...
A redenção prostrou-se a teus pés...
Sonho perfeito, sonho dourado
Neste meu dormir sempre acordado,
Máscara com sorriso em viés...

Posso sempre disfarçar-me de trovão
Que brinca pelas nuvens dos meus dias,
Fria, inerte, sem mais coração
Sem palavras, sem rosto, sem ousadias.

A perfeição não é o meu apelido
Não é meu o poder da oratória.
Mas posso encenar algo destemido.
Sou Máscara Veneziana sem memória...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Menino, quero qualquer coisa...

Apetece-me, qualquer coisa...
Tanto faz porque sei que preferem a mentira...
Apetece-me rebentar todas as máscaras,
Rasgar todos os cenários,
Denunciar todas as mentiras,
Por o dedo na ferida, de preferência com Sal!
Apetece-me, qualquer coisa...
Porque cada vez menos tenho vontade!
Sei que não há pior cego que o que não quer ver,
Sei que a dor da perda é maior que o afago da negação,
Sei que luto sozinha, como sempre...
Mas desta vez quero sangue!
Apetece-me, qualquer coisa...
Porque perdi a compustura a larguei eu mesma a minha máscara,
Porque deixei de fazer o frete e falei,
Porque não quero mais ser a pobre coitada,
Porque estou farta de gente mimada e mal educada!
Gente que monta tanto na vida...
Gente que não tem tento na lingua...
Gente que vê apenas vil metal e o seu umbigo...
Gente que não se enxerga!
Apetece-me, qualquer coisa...
Como derramar palavras doridas,
Estas que escondem as minhas feridas,
As que encontro mais à mão para me consolar
Para me ajudar neste meu purgar...
Aprendi a correr atras quando não quero,
E vou provar a solidão e o desespero,
Mas não serei a unica a titubear
E espero destruir o carnaval que armaram!!!
Apetece-me, quebrar o mundo, ou qualquer coisa...
Porque deixei de acreditar que alguém nos protege
Quando o protegido é sempre o mesmo coitadinho...
Se sou amarga? Talvez...
Se calhar porque me fartei de vez...
E já só me apetece, qualquer coisa!