Agri-doce tão maviosa,
Tão envolvente e melosa,
Mulher que vem e agasalha
Veste de negra mortalha,
Toque de ouro e cetim
Seduz com o triste fim.
Por ela anseia o poeta
Como taça, prémio na meta.
A doçura terna e quente
Da guilhotina eminente,
Dá gosto, sabor à vida
Triste, só e deprimida.
Em plena noite é chamada
Para trazer uma alvorada
E com o frio envolver
Ternamente quem vai morrer.
Senhora da noite ou do dia,
Tez pura, dura e fria,
Aponta o fim do caminho... S
olidária do sózinho...
Engana, deleita o incauto,
Enfeitiçando, qual arauto,
Acenando com o Paraíso
De gélido e doce sorriso...
Dela quer o seu abraço
O poeta, feito em bagaço,
Esmagado pela melancolia,
Pelo Ego, pela mediania,
Alegando ser muito melhor...
Preferindo ser o seu Senhor...
Num casamento desejado,
Pelo poeta que se sente abandonado.
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