quarta-feira, 26 de março de 2008

Alfinete

O alfinete sou eu.
Sou o punhal do Romeu,
Gladiador no Coliseu.

Sou a faca de lardear
Sem peça para rechear
Faço só o dilacerar.

Não sou bálsamo, sou veneno
Servido em frasco pequeno
Que mata leve e lentamente
Deixando tudo dormente.

Sou cavalo sem bridão nem espora
A causa do que não melhora
Sofrimento a toda a hora.
Sou o centro da tempestade
Uma fúria sem vontade
A pura, e a falsa verdade.

Sou delirios de grandeza
A desprezível tristeza...
Sou cortesã sem vestido ou corpete
Sou apenas o alfinete.

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